Assim, de acordo com Pelágio, “uma criança não nasce em pecado, nem possui características morais inatas, isto é, que fazem parte do indivíduo desde o seu nascimento, congenitamente, que nascem com o indivíduo, que são inerentes e têm características inatas”. Errado. Embora a criança não nasça em pecado, ela possui uma natureza caída por causa do corpo que recebe criado segundo a semelhança de Adão caído, que é o seu corpo humano com seus instintos enfraquecidos pela queda de Adão (Gn 5:2-3), mas não me refiro a uma natureza pecaminosa herdada.

1. Há uma grande diferença entre natureza humana caída e natureza pecaminosa. A natureza humana caída pode ser regenerada, mas a natureza humana pecaminosa jamais poderia ser regenerada. Se Jesus, cem por cento humano, viesse à existência sob uma natureza pecaminosa, ele estaria condenado, pela suposta natureza humana pecaminosa, à morte como todos os homens por ter recebido o corpo formado de Maria (Rm 5:14).

2. Mas, Jesus nunca nasceu nem sob uma natureza humana caída, nem sob uma natureza pecaminosa; ele nasceu segundo a natureza da imagem perfeita que foi criada pelo Pai, exclusivamente para ele, o segundo e último Adão (Hb 1:1-3; Cl 1:15; Gn 1:26). Ele já nasceu sem necessidade de ser regenerado, pois foi gerado desde o ventre de sua mãe pelo Espírito Santo. Aquilo que podemos experimentar somente depois que nascemos, ainda por sermos trabalhados pelo Espírito Santo até a nossa morte, ele já recebera e passara desfrutar desde o seu nascimento. Ele não nasceu alma vivente, mas nasceu espírito vivificante (1 Co 15:45). Ele é o segundo Adão, e não nasceu segundo a imagem e à semelhança dos filhos de Adão (Gn 5:3); unicamente ele nasceu (e nenhum outro homem recebeu este privilégio, sr. Pelágio) segundo a imagem de Deus, criada para ele antes da fundação do mundo.

(a) A imagem original do primeiro Adão foi projetada (Gênesis 1:26): “Então, disse Deus: “Façamos (“do existente”) o homem à nossa imagem, segundo a nossa semelhança; e que domine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, e sobre toda a besta da terra, e sobre todo o réptil que se arrasta sobre a terra”.

(b) A imagem original foi encarnada, mas não como aconteceu com o primeiro Adão; mas, desde o seu nascimento de Maria até a sua ascensão foi exaltado por causa de sua grande obra (Salmo 8:1-5): “Ó Senhor Jeová, Senhor nosso, quão glorioso é o teu Nome em toda a terra! Porque expuseste a tua glória acima dos Céus! Pela boca dos pequeninos e dos bebês que mamam fundaste a fortaleza, por causa dos teus adversários, para silenciar o inimigo e o vingador. Quando vejo os teus céus, obra dos teus próprios dedos, a lua e as estrelas que ali estabeleceste, digo: que é o homem mortal, para que dele te lembres, e o filho do homem, para que o visites? Pois o fizeste um pouco menor do que os anjos, mas de honra e de glória o coroas-te”.

(c) Esta imagem fiel, de antemão preparada para ele foi confirmada (Hb 1:3-4): “O qual é o resplendor da sua glória e a fiel imagem da sua pessoa, e que a tudo sustenta com a Palavra do seu poder; depois de ter feito a purificação dos nossos pecados por si mesmo, assentou-se à mão direita da Majestade nas alturas. E não somente se tornou tão superior aos anjos quanto herdou um Nome mais excelente do que eles.”

(d) Um corpo, a imagem, foi preparada exclusivamente para ele; nessa imagem ele veio ao mundo como o último Adão (Hebreus 10:5): Por isso, Cristo, ao ser introduzido no mundo, disse: “Nem sacrifício nem oferta quiseste, porém, tu me preparaste um corpo”, (Gn 1:26; Sl 40:6-8; Sl 40:6-8; Hb 1:6; 1 Pe 2:24).

(e) Ele deseja que todos nós, em lugar da semelhança de Adão, tenhamos a imagem da Imagem fiel de sua pessoa (Romanos 8:29): “Porque aos que dantes conheceu, também os predestinou para serem semelhantes à imagem de seu Filho, para que ele seja o Primogênito entre muitos irmãos” (Rm 11:2; 1Pe 1:2,20; Ef 1:5,11; Fp 3:21; Hb 1:6). Esta foi a mensagem que Jesus permitiu que Maria fosse levar aos apóstolos (Jo 20:17).

(f) A experiência da encarnação de sua pessoa na Imagem fiel (Filipenses 2:5-8): “Que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Jesus Cristo, o qual, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus; antes, despojou-se dos atributos de si mesmo e tomou a condição de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, encontrando-se na condição de homem, humilhou-se a si mesmo, e foi obediente até a morte, e morte de cruz”.

(g) De onde a sua pessoa eterna veio para assumir a imagem (Colossenses 1:15-18): “Ele é a imagem do invisível Deus, e o Primogênito de toda a criação; porque por ele todas as coisas foram criadas, tanto as que estão nos Céus como as que estão na Terra, as visíveis e as invisíveis, os tronos, as dominações, os poderes, os principados; todas as coisas foram criadas por ele e para ele (Cl 1:15; Sl 102:25-27; 1 Co 8:6; Cl 1:20; 2:10,15; Ef 1:21; Fp 2:10). E ele é antes de todas as coisas, e por ele todas as coisas subsistem juntamente (Cl 1:15; Jo 1:18; Pv 1: 8). E ele é a cabeça do corpo, a Igreja. Ele é o Princípio e o Primogênito dos mortos, a fim de que em todas as coisas ele tome a preeminência. (Sl 89:27; Jo 11:25,26; At 26:23; 1 Co 15:20-23).

(h) Eis a razão por que esta imagem foi criada para uma alma eterna e coexistente, isto é, qual era o objetivo do Pai quanto ao corpo de Cristo, a imagem fiel e original (Gênesis 1:26; Colossenses 1:19-21: “Porque foi do agrado de Deus que nele habitasse toda a plenitude” (1 Co 15:26-28; Cl 2:9; Ef 1:23). Depois de haver feito a paz através do sangue da sua cruz e, por meio dele, reconciliasse todas as coisas consigo mesmo; tanto as que estão na Terra como as que estão nos Céus (Ef 1:10).

(i) O propósito final da encarnação de Cristo: elevar a humanidade caída à condição de morada de Deus em espírito (Colossenses 2:9-10): “Porque nele habita, corporalmente, toda a plenitude da divindade, e nós somos completos nele, o qual é a Cabeça de todo o principado e poderio” (Cl 1:16-18; Ef 4:15; Fp 2:9-11). Para honrar as crianças de peito que morreram por sua causa, antes mesmo que Ele morresse por elas na cruz, por ocasião do seu nascimento na terra, Deus concedeu um lugar especial para as almas inocentes que não pecaram à semelhança de Adão (Rm 5:14): As fez herdeiros do reino de Deus! Mas, sr. Pelágio, todas as crianças nascem, sim com características morais inatas, porque todas elas não nascem somente alma ou somente alma e corpo, mas todas nascem com o seu livrinho do propósito inerente nelas, o espírito humano. Elas nascem com as leis de Deus inerentes no seu espírito; elas também nascem com a marca da queda de Adão nos instintos de seus corpos os quais infelizmente interferem profundamente nas suas escolhas; por outro lado, desde a tenra criação delas, revelam a tendência circunstancial absurda das mesmas escolhas de seus antepassados, porque nascem filhas segundo a imagem de Adão (Gn 5:3); nascem também sob poderes de espíritos familiares que as atacam desde o nascimento; por isso que os anjos de Deus estão presentes junto a elas, para livrá-las de possessões, de acidentes, de mortes prematuras; embora muitas delas sejam afetadas pelas escolas e maldades de seus pais, ou morram como morrer, nenhuma delas se perderá na eternidade (Sl 10:9-3-10). Por isso, Deus ordenou a Josué, na ocasião da conquista das terras de Canaã, que nenhuma criança de peito fosse poupada do fio da espada. Ele estava fazendo um favor para cada uma delas, introduzindo-as à força no Reino dos céus, evitando o mesmo destino de seus pais, ainda que estes tivessem escolhido o pecado mediante as suas terríveis obras (Lv 18:2-5). (Dr. Aldery Nelson Rocha – Da Bíblia da Eleição, no Prelo, breve em pronta entrega)

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