
Gênesis 31:46-48: “E disse a seus irmãos: Ajuntai pedras; os quais assim fizeram; e ajuntaram um montão, e ali em cima do montão comeram, para selar o pacto. Labão lhe chamou (“em aramaico”) Jegar-Saaduta, e Jacó lhe chamou (“em hebraico”) Galeede. Disse, pois, Labão: “Este montão é hoje testemunha entre mim e ti”. Por isso, foi chamado Galeede”.
Passei muitos anos para entender empiricamente que a vida tem as suas estações e todas as coisas carecem do seu tempo devido. Todos devemos reconhecer cada estação da nossa vida. Devemos entender que nada neste mundo é eterno. Não são poucas as pessoas que ocupam o espaço, a posição, o cargo e os privilégios sem dar-se conta que podem estar com a senha do próximo funeral. Morrerão e o único legado que terão é um túmulo sem mármore. Amados, não devem esquecer que o homem natural sofre debaixo do sol e a mulher debaixo da lua (Eclesiastes 3:1): “Para tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu” (Ec 8:6; Ap 12.2,3,4). Amados, há a estação da semeadura e a da colheita. A vida do homem e a vida da semente triunfam juntas. Como sábios considerem a vida do homem natural igual à vida das árvores (Eclesiastes 3:2): “tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou”. Há a estação da reciclagem da vida natural. O sábio mostra que matar é o mesmo que derribar, e curar é equivalente a edificar (Eclesiastes 3:3): “tempo de matar e tempo de curar; tempo de demolir e tempo de edificar”. As estações da alegria e da tristeza andam juntas. A qualquer hora a notícia triste apaga a alegria (Eclesiastes 3:4): “tempo de chorar e tempo de rir; tempo de lamentar e tempo de festejar”. Há a estação da amizade e seus frutos. Espalhar pedras é igual a abraçar (semear amizade é semear pedras). Tempo de ajuntar pedras é recolher os presentes, é usufruir daquilo em que se investiu (Eclesiastes 3:5): “tempo de espalhar as pedras e tempo de recolher as pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar”. Há a estação da administração pessoal e doméstica. Buscar é o mesmo que reconquistar. Perder é o mesmo que jogar fora (Eclesiastes 3:6): “tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de lançar fora”. A comunicação matrimonial e amigável fala, pois quem rasga o coração fala. Quem coze está sempre calado (Eclesiastes 3:7): “tempo de rasgar e tempo de cozer; tempo de calar e tempo de falar”. Há também o tempo do amor e das relações exteriores. Amar é tempo de paz, mas a guerra é movida pelo ódio (Eclesiastes 3:8): “tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz” (Lc 14:26). Porém, o que mais me chama a atenção nestes textos é o tempo de ajuntar as pedras. Quando Jacó saiu da casa de seu sogro não percebeu que era tempo de lançar pedras; não atentou que era tempo de ajuntar pedras. Como não pode compreender isto, Deus teve que usar o seu próprio sogro para ensina-lo. Labão saiu ao seu encontro e o achou em uma região que, desse tempo em diante, seria chamada de Gileade, a terra do bálsamo original. Por ter saído da casa de Labão sem acordo, sem pacto, sem paz, Deus queria ensiná-lo que antes de tomarmos posse de nossas promessas, devemos deixar o nosso passado atado pelo perdão e pelo pacto. Se nós prosseguirmos da terra de nosso labor para a terra da nossa conquista sem paz e sem pacto com os nossos Labões e Abimeleques, jamais teremos paz. E este tem sido o erro dos ministros de hoje, dos velhos e dos novos. Sobem nos seus púlpitos pra falar de amor mas odeiam seus subalternos. Pregam a paz mas seriam facilmente professores de Stalin, de Hitler, dos Czares. Por quê? Porque saíram de Padã-Arã para Betel sem serem agradecidos aos seus Labões. Quando Labão os alcançou, nasceu Gileade. Ali, Labão ajuntou as pedras e sobre elas pôs uma grande mesa, onde cearam, pactuaram e depois se fizeram promessas. Um deles não deveria avançar dali em diante, e o outro não deveria descer de lá para cá. Depois alcançamos saber por que Balaão nunca pôde voltar para Arã, depois de ter descido e passado aqueles limites de Gileade, quebrando o pacto contratado sobre as pedras de Gileade. Os pactos nos abençoam, e o perdão nos prospera. Não esteja brigado com a pessoa que te levantou e te abençoou para que hoje desfrutasse o que conquistou. Assim terá paz e prosperidade, e esta última não será fruto de tramoias econômicas, mas, sim, fruto de pacto e perdão. O tempo de ajuntar pedras, acima de tudo, significa cear sobre as pedras que atiramos e perdoar. Assim, não precisará de dinheiro no banco para desfrutar o que os milionários jamais experimentarão. Somente assim Labão entregou em paz a Jacó o ouro que Abraão investiu pelas mãos de Eliezer, quando mandara buscar Rebeca para Isaque. Sempre haverá um Jacó para cobrar nossos investimentos no passado. Não se engane.